Cuando todo acaba salta el onagro (Job): Armonía animal, inconsciente de Dios (con M. R. Losada)

Presenté ayer un trabajo de M. R. Losada sobre Francisco y su "salida" del Vaticano. Hoy recojo su ensayo sobre el onagro de Job, según el análisis de Freud: Cuando todo acaba y ya no hay Dios salta el onagro que somos.

Job ha pedido a Dios que le demuestre su existencia... Pero Dios le dice: "Mira al onagro, eso eres tú: de la horda animal has querido salir, pero llevas en ti su inconsciente de vida y conciencia no domada"

  Este Dios del onagro puede ser un signo de estos tiempos de coronavirus: Escuchar nuestro inconsciente, volver a una armonía distinta de encuentro con la naturaleza animal: No podemos vivir sin recordar (recuperar) nuestras raíces. Toda nuestra cultura euro-asiática, de China a Compostela, está vinculada a la doma del onagro, convertido en asno.

Mongolian khulan in the SE Gobi. | Download Scientific Diagram

Publiqué hace unos años una larga Teodicea, y no se me ocurrió justificar la existencia de Dios desde (con) los animales (como estos onagros de Job, pastando inconscientes todavía en la estepa originaria de Mongolia...). Pero después, a comienzos de este año del coronavirus, comentando a Job, he descubierto la razón de Dios, vinculada a los onagros::

  • Job le pide a Dios que justifique su vida y obra...  Necesita que Dios le responda con grandes argumentos, como los de Platón y Aristóteles, Santo Tomás, Kant o Hegel...
  • Pero Dios le responde hablándole de sus animales... Algunos como C. G. Jung se "desesperan" con esta respuesta. Les parece que Dios no habla en serio. En vez de responder a Job se entretiene hablando de animales.

   Pues bien, pasado el tiempo he visto que Dios tenía razón al responderle de esa forma... El hombre "racionalizado y poderoso" corre el riesgo de perder sus raíces,  y Dios se las recuerda. Entre las raíces del hombre está el halcón y la avestruz, el caballo y el onagro, el asno que seguimos siendo y que no podemos demesticar nunca del todo, aunque pasemos años y siglos en el claustro de un monasterio como éste de la Magdalena penitente de Sarria (Manuel, Joana, un servidor).

Comienzo así con el bellísimo trabajo de M. R. Losada (en portugués) sobre el onagro como signo del inconsciente. Más razón cartesiana, lo que el hombre vive y siente a partir de sus raíces animales.

Viene después mi comentario a los primeros animales de Dios,  tomado de mi libro sobre Job. Allí matizo la respuesta de Dios, cuando dice al hombre que no olvide sus raíces animales. Una buena  teología forma parte de la ecología.

 1. M. R. Losada: FREUD, ONAGRO E O INCONSCIENTE.

(Aquí estamos de nuevo, ante la portada del Salvador de Sarria. El Cristo de Job eleva las manos diciéndonos: ¡Volved al principio de vuestras raíces animales... empezas de nuevo, de otra forma....).

Freud foi o criador de uma nova maneira do ser humano entender a si mesmo. Quem pretende falar do homem não pode deixar de navegar na nova praia descoberta por ele, o inconsciente.

É inegável que ele foi profundamente marcado pelo ambiente positivista de época. Na universidade de Viena, no século dezenove, ele seguiu as pautas de um tipo de ciência herdeira do Positivismo. E não podia ser de outro jeito. Professores como Brucke, Charcot, etc, deixaram suas marcas na sua maneira de entender a ciência. 

Se por um lado foi marcado pelo positivismo do século dezenove, por outro foi, também, o criador de uma nova maneira de produzir saber, mais de acordo com o que hoje denominamos ciências humanas.

Esta maneira de proceder aparece nos seus textos. Quando a ciência positivista não responde às perguntas levantadas pela compreensão do homem, o criador da Psicanálise recorre a outros saberes, como a literatura, a poesia, a antropologia cultural, a mitologia, etc. Recorre ao saber grego (Edipo) ou ao saber mais moderno (Hamlet).   Ou a outras produções.

LOS CAMINOS ADVERSOS DE DIOS. LECTURA DE JOB. PIKAZA IBARRONDO, XABIER.  9788428558754 Librería online San Pablo

O que é certo é que o ser humano não é só consciência racional, como pensavam Kant e os filósofos; ao lado da mesma existe outra região que nos determina, o inconsciente e, entre estas duas instâncias, o pré-consciente

Com Freud surge outra maneira de ver o funcionamento do Homem. Com Copérnico, as pessoas deixaram de acreditar num universo que girava ao redor da terra. Com Darwin, fomos obrigados a pensar que o homem não é o rei da criação, mas um elo a mais de uma cadeia evolutiva. Coube a Freud revelar que o ser humano não é dono da “sua casa”, o “penso logo existo” de Descartes, pode ser uma piada de mal gosto. Pois não é a consciência que comanda a vida humana, mas o inconsciente. Dele não podemos fugir.

Copérnico, Darwin e Freud “feriram” o narcisismo humano. Por causa disso, levantaram profundas “resistências” contra esta maneira de entender o mundo humano. Ainda hoje é possível podemos perceber este fenômeno, especialmente no campo religioso. Na clínica psicanalítica, propiciar as condições ao analisando para que ele elabore suas resistências é o ponto de partida do trabalho psicanalítico. Na clínica social, a este respeito, possivelmente estamos dando os primeiros passos.  E não sem sofrimento.

E como fica Onagro nesta conversa que já se estica além da conta?

Por intermédio de um amigo psicanalista, acabo de receber um livro de Balzac, A PELE DE ONAGRO, com esta informação: este livro estava na cabeceira da cama de Freud, quando este faleceu.

khulan-1 – Zendmen Travel Mongolia

Ao receber a referida informação, minha cabeça deu um nó. Tinha lido faz pouco tempo o texto de Xabier Pikaza LOS CAMINOS ADVERSOS DE DIOS. LECTURA DEL LIBRO DE JOB, onde o autor, na segunda parte, item 2 (Animais, inquietante harmonia de vida) fala de ONAGRO e de outros animais que não se submetem à domesticação do homem.

Desconfio que o nó que deu na minha cabeça, possivelmente, é porque me encontro no meio de um tripé intelectual de primeira magnitude: Freud, Balzac e Pikaza, os três e eu agora, (os quatro) pensando sobre Onagro.  E pensando de formas diferentes, porém complementares, assim entendo.

(Con dos frailes amigos y hermanos, del Mosteiro de Madalena, de Sarria... Con la memoria de la amiga de Jesús, en el camino que lleva al sepulcro del apóstol de Compostela).

Pikaza é um dos maiores pensadores da Espanha, no momento. O seu comentário sobre Jó, além de acompanhar o autor na sua enorme produção intelectual, (Dimensiones de Dios (1973), História del Pueblo de Dios (1987), Dios judio, Dios cristiano (1996) representa, possivelmente, a melhor ajuda nestes tempos de pandemia, onde o sofrimento e a esperança são elementos fundamentais.  Fala de Onagro como uma espécie de representante dos animais que não se deixaram domesticar, no processo civilizatório, como diria Norbert Elias. E mesmo assim, Deus cuida deles, pois são parte da “casa comum”, a natureza ou meio ambiente.

Balzac pode ser entendido, de alguma maneira, como o criador da literatura moderna. Como Pikaza, sua produção intelectual é enorme, porém noutra linha. Escreve como literato, usa a imaginação e entende a vida das pessoas como “comédia humana”. No texto, o autor conta a história de um aristocrata mal-sucedido que pretende acabar com a própria vida. Tomado por este pensamento, entra num antiquário, onde vê uma pele de um jumento do oriente (onagro), um objeto misterioso e hipnotizante, portador de um grande feitiço. Rafael recebe a pele de presente e é avisado de que ela dá ao proprietário poderes para satisfazer seus desejos, como a lâmpada de Aladim. Porém, tudo isso tem um preço:  quanto mais desejo realizado menos vida.

Portador da pele de Onagro, Rafael se percebe com muito poder e muitos desejos, estes incitados por uma afetada e frívola sociedade francesa do século XIX. Ele aproveita os prazeres ofertados por sua sociedade, se envolve com mulheres fúteis, frequenta a alta sociedade, etc...e a pele vai diminuindo de tamanho... 

ONAGRO, aqui, é entendido de uma maneira outra, como instrumento da fantasia do escritor Balzac, numa época determinada, o século XIX.

E Freud, que pensa sobre onagro?

Possivelmente meu “nó” tem muito a ver com este dilema: pessoalmente entendo que esta força indomável que não se deixa capturar pelo processo social (pelo processo civilizatório), para mim é o inconsciente, a força fundamental que habita o mundo humano, representada, aqui, por ONAGRO.

Esta força foi entendia de várias maneiras: o teólogo a usa como expressão da gratuidade de Deus; o escritor literário, como força mágica. E assim por diante. Eu entendo esta força como expressão do inconsciente humano.

Sucede que Freud não diz isto. Ou melhor não diz nada. Tenho, creio, um bom conhecimento da obra do criador da Psicanálise e nunca me defrontei com isto nos seus textos. Joana, lacaniana, me diz: Manuel vá com cuidado ao falar do inconsciente. A coisa pode não ser bem assim! E na minha cabeça ecoa a resposta de Charcot a seus críticos: “teoria é bom, mas ela não impede que os fatos existam”

Pikaza: Job 38, 39‒39, 30. Dios y los animales. La inquietante armonía de la vida.

En el apartado anterior exponía Dios su relación con el mundo. En éste se ocupa de los animales, retomando motivos básicos de la creación (Gen 1‒3) y de la relación entre hombres y animales, que han nacido vinculados (día 5 y 6: Gen 1, 20‒27). Adam, el ser humano, ha recibido la tarea de organizar (domesticar) a los animales (cf. Gen 2, 4‒29), aunque ellos no logren saciar su necesidad de compañía, pues un ser humano sólo se cura con otro ser humano (cf. Gen 2, 21‒26).

En ese contexto, Dios va presentando algunos animales (leona, cuervo y gacela, halcón y águila, onagro, antílope, avestruz y caballo) para defenderse a sí mismo y hacer que Job acepte el orden actual del mundo. No es fácil exponer a fondo el sentido de estos animales en un libro como éste, pero el mismo texto irá ofreciendo claves para ello.  

Leona, ciervo, gacela. Son animales que protegen de diversas formas a su prole (como Dios hace con los hombres). La leona es feroz, pero sustenta cuidadosamente a sus cachorros, sea con la carne que el león macho le trae, o con la que ella misma consigue, enseñándoles al mismo tiempo a cazar. Dios mismo ofrece alimento al cuervo de mal agüero para sus polluelos y protege en su preñez y nacimiento a las gacelas de las rocas y desiertos. 

  • 38,39¿Cazarás tú la presa a la leona? ¿Saciarás el hambre de sus cachorros,
  • 40 cuando se tumban en sus guaridas o se ponen al acecho en la espesura?
  • 41 ¿Quién prepara al cuervo su alimento, cuando sus polluelos graznan a Dios
  • y andan errantes por falta de comida?
  • 39,1¿Sabes cuándo paren las gacelas? ¿Has visto a las cabras dar a luz?
  • 2 ¿Has contado los meses de su preñez, conoces el día en que van a parir?
  • 3 Se encorvan, hacen salir a sus hijos y pasan sus dolores.
  • 4 Sus hijos se robustecen y crecen en el desierto; luego se van y no vuelven.

Estos animales (león, cuervo, gacela) son testigos de Dios, que les enseña cómo alimentar a sus crías. No sirven a los hombres ni les enriquecen (como bueyes, ovejas, cabras y palomas), no se domestican, ni se emplean en los sacrificios y, sin embargo, son objeto del cuidado de Dios, que les protege y alimenta (cf. Sal 104. 136.145); de esa forma son ejemplo de la generosidad y cuidado de Dios para los hombres (por encima de la pura utilidad).

Asno salvaje y antílope. La generosidad de Dios que alimenta incluso a los seres que parecen menos necesarios, ha de ser ejemplo para Job, a quien Dios pide, indirectamente, que acepte su vida (aunque parezca inútil y enferma) como signo de la presencia multiforme de Dios, como muestra el onagro:

Asian Wild Ass: Do You Know Anything About this Animal?

  • 5 ¿Quién dio libertad al asno montés? ¿Quién soltó las ataduras del onagro?
  • 6 Yo le di por casa el desierto, puse su morada en lugares estériles.
  • 7 Él se burla del bullicio de la ciudad y no oye las voces del arriero.
  • 8 En lo escondido de los montes escruta y busca tras toda cosa verde.

El asno ha sido de los primeros animales domesticados, compañero del hombre en el trabajo, pilar de la cultura antigua, desde China a la Península Ibérica. Pero en el entorno de Job han existido, hasta tiempos cercanos a nosotros, los onagros, en griego asnos salvajes (hebreo pere’, ar<P,ä), animales duros e independiente (aunque moviéndose en manadas), en tierras casi desérticas.

El libro de Job les describe como signo de vida en libertad, no contaminados por un tipo de cultura ciudadana, como Ismael, hijo de Agar y Abraham (Gen 16, 12; cf. en esa línea Os 8, 9; Jer 48, 6), el onagro de estepa, “padre” de los ismaelitas, árabes del sur‒este de la tierra de Canaán. ¿Para qué sirve el onagro? En un sentido para nada, pues no se deja domar. Pero en otro es signo de Dios para hombres  no domados, como Job, en momentos de dolor, rechazo e infortunio. En esa línea avanza el antílope:

  •  9 ¿Querrá el antílope servirte o quedarse en tu pesebre?
  • 10 ¿Le atarás con rienda para abrir el surco? ¿Irá en pos de ti labrando los valles?
  • 11 ¿Confiarás en él porque su fuerza es grande? ¿Le encomendarías tu labor?
  • 12 ¿Confiarás en el para recoger tu cosecha y para guardar lo que tienes en la era?

          Éste es el canto al rêm , un tipo de antílope o búfalo salvaje, que habitaba al parecer en la montaña (no en valles cultivados). La Biblia de los LXX le llama μονο‒κέρως (uni‒cornio), por lo que algunos han pensado que podría ser el rinoceronte. Pero el texto parece referirse a un tipo de unicornio, real o simbólico de historias y leyendas. Sea como fuere, es un viviente extraño, distinto, raro y solitario, sin utilidad, pues no se emplea para arar la tierra, ni transportar el grano, ni para realizar ningún otro servicio, siendo sin embargo objeto del cuidado y atención de Dios, como otros animales raros.

Avestruz, un ave distinta. Del unicornio pasa Dios al avestruz para recordar a Job que él también vive en un mundo extraño, donde los hombres no se valoran por su utilidad, sino por el hecho de existir, siendo distintos y raros, cada uno con su valor ante Dios, como puede ser el mismo Job. 

  • 13 El avestruz revolotea alegre, como si tuviera alas y plumas de cigüeña
  • 14 Abandona en el suelo sus huevos, para que los incube la arena,
  • 15 sin pensar que un pie los puede pisar o una fiera del campo aplastarlos.
  • 16 Trata a sus crías como ajenas, y no teme que su crianza sea en vano,
  • 17 porque Dios le negó sabiduría y no le hizo compartir inteligencia.
  • 18 Sin embargo, en cuanto se levanta, se burla del caballo y su jinete.

 Como el onagro y el antílope/unicornio, que no sirven para ser domados, ni para trabajar o ser sacrificados en el templo, tampoco la avestruz es útil, pero es muy significativa. Este Dios de Job no está aludiendo aquí a los animales domesticados para comida, el trabajo o templo, sino a los más extraños y distintos, que no trabajan, ni se comen, ni se sacrifican, pero que son muy importantes para Dios (como Job, hombre extraño, golpeado por el dolor, en un estercolero, cercano a la muerte).

Las avestruces, a las que el texto compara con cigüeñas que no vuelan, tienen la costumbre de poner los huevos en el suelo, como si los abandonaran a merced de animales salvajes o fieras “pues Dios no las hizo inteligentes”; pero, a pesar de ese dato (¡que por otra parte parece equivocado, pues el hecho de poner los huevos en el suelo tiene otro sentido!), ellas son importantes para Dios, a pesar de ser extrañas, y de que la ley las toma como impuras (cf. Dt 14, 15; Lev 11, 16), pues no responden al modelo los animales puros, que han de ser de un solo tipo (terrestres con patas, acuáticos con aletas, aéreos con alas…), mientras ellas son mestizas (aves aladas que no vuelan, animales terrestres ovíparos en vez de vivíparos, con alas en vez de patas delanteras…).

Conforme a la visión de sacerdotes y sabios judíos, las avestruces no deberían existir, y por eso son impuras; pero el Dios de Job pasa por alto su impureza ritual, y valora su carácter extraño, su independencia y velocidad. En el tiempo en que se escribió el libro de Job existían en el entorno de Israel bandadas o “rebaños” de avestruces, suscitando la admiración de su autor, que nos ha ofrecido este precioso retrato, diciendo que, aunque parece que carecen de un tipo de sabiduría convencional (abandonan sus huevos), son, sin embargo, objeto de la admiración de Dios.

Caballo, halcón, águila.Junto al onagro y avestruz evoca Dios otros tres animales con los que Job puede entender mejor su vida: 

  • 19 ¿Le das su fuerza al caballo? ¿Cubres su cuello de crines ondulantes?
  • 20 ¿Lo harás temblar como a langosta? El resoplido de su nariz es formidable.
  • 21 Escarba la tierra, se alegra en su fuerza y sale al encuentro de las armas.
  • 22 Se burla del miedo; no teme ni vuelve el rostro ante la espada.
  • 23 Sobre él resuena la aljaba, el hierro de la lanza y la jabalina;
  • 24 pero, con ímpetu y furor, pisa la tierra sin detenerse ante la trompeta.
  •  25 A cada golpe de clarín de guerra dice: ¡Eah! De lejos huele la batalla,
  • el grito de los capitanes y el sonido de las trompetas.

             En contraste con las avestruces vienen los caballos, que están domesticados, pero se comportan de un modo salvaje en la batalla. Las avestruces (entonces no domesticadas) eran extrañas, mezcla de ave y caballo veloz; por el contrario el caballo es notable por su fiereza en la batalla, como indica este canto de Dios, que está orgulloso de haberlo creado.

La domesticación planificada del caballo como animal de trasporte, carga y guerra ha sido uno de los acontecimientos más importantes de la historia, a partir de la edad de hierro (milenio II a.C.). La Biblia evoca los carros, caballos y jinetes del faraón (Ex 15, 2-4) y de los reyes cananeos (Jc 5, 22), contra los que lucharon a pie los montañeses de Israel. Luego, a partir de Salomón, los caballos y carros de guerra se vuelven también importantes en Israel (cf. 1 Rey 4, 26; 10, 26‒29). En ese fondo ha de entenderse este canto al caballo, que tiene un fondo militar, pero que proclama la grandeza de Dios por haberlo creado, ofreciendo una palabra de ánimo a Job: ¡Dios le dice que no tenga miedo, que no se amedrente ni encierre en su lamento! Ciertamente, Dios tendrá en cuenta los dolores de Job (cf. 42, 7‒17). Pero aquí, al ponerle ante el caballo (¡valiente, indomable!), le invita a no quebrarse en la batalla/milicia de la vida (cf. 7, 1), como hace  también con el halcón y el águila:

  • 26 ¿Acaso vuela el halcón por tu inteligencia y extiende hacia el sur sus alas?
  • 27 ¿Se remonta el águila por tu mandato y construye en alto su nido?
  • 28 Ella habita en la peña y construye su nido en el risco elevado y en su solidez.
  • 29 Desde allí acecha la comida que sus ojos observan desde muy lejos.
  • 30 Sus polluelos chupan la sangre. Donde haya cadáveres, allí está ella.

          Dios mismo ha dotado al halcón (nets) de inteligencia, de forma que extiende sus alas hacia el sur, buscando quizá lugares más calientes para reposar (hibernar). A su lado está el águila (nasher), último animal de esta serie (38, 39‒39, 30), que es con el león el sino más utilizado de la simbología imperial antigua (desde Asiria a Roma). Pero aquí el león y el águila no son signo de guerra, como puede ser el caballo, sino de majestad y resistencia, ofreciendo así un ejemplo a Job, para que sea fuerte y no se deje vencer por la adversidad. En ese contexto es importante la referencia al águila, que habita entre peñas, y construye sus nidos en alto, dominando el entorno donde que caza para sus polluelos.

Significativamente, el águila es también impura, como el avestruz (quizá por comer carne muerta; cf. Lev 11, 13), pero Dios la presenta como ejemplo para Job (¡un hombre impuro!), a quien ofrece su enseñanza no sólo a través de los fenómenos del cosmos, sino también por los animales. En un sentido ritual (como ha destacado Lev 13), la lepra constituye la impureza suma del hombre; pero Dios, con el ejemplo del águila, Dios le dice a Job que no es impuro.   

Volver arriba