A Diocese de Roma abre o processo de canonização do Pe. Pedro Arrupe (1907-1991)...

A Cúria da diocese de Roma abre o processo de beatificação e canonização daquele que foi nosso Superior Geral (1965-1983) Pedro Arrupe. Fomos convidados pelo atual Pe. Geral, o venezuelano Arturo Sossa, para que todas as comunidades de jesuítas e seus amigos participemos de uma missa de ação de graças por este acontecimento.

No dia 5/FEV o tribunal da diocese de Roma recolherá todos os documentos e escritos de Arrupe, e os testemunhos que ponham em manifesto suas virtudes cristãs. Será então “Servo de Deus”. Toda essa documentação será entregue à Congregação da Causa dos Santos.

Arrupe entrou no noviciado da Companhia de Jesus, após cursar alguns anos de Medicina em Madri. Estava como missionário no Japão quando estourou a bomba atômica em Hiroshima, AGO/1945. Morreram 200.000 pessoas. Como Mestre dos noviços jesuítas japoneses colocou imediatamente o próprio noviciado a serviço das pessoas feridas.

Acompanhou de perto o Concílio Vaticano II e se empenhou para que a Companhia implementasse os documentos Conciliares. Isso lhe trouxe grandes dissabores por parte de alguns membros da Cúria Vaticana.

Padre Arrupe presidiu a 32ª Congregação Geral da Companhia (1975) que trouxe grandes mudanças para nós e outras Congregações religiosas. O serviço da fé e a promoção da justiça são o fator integrante de todos os outros ministérios. Pediu poder deixar o cargo de Superior Geral, após uma doença grave que o impedia de exercer seu mandato (1981). O Papa João Paulo II aproveitou essa ocasião para intervir na Companhia e colocar um delegado dele por dois anos, o Pe. Dezza, também jesuíta.

O Papa Francisco conhece bem o Pe. Arrupe, pois foi Provincial da Argentina quando Arrupe era Geral. Oxalá o processo de beatificação corra normalmente e possa o próprio Papa Francisco declará-lo santo, coisa que todos os jesuítas já sabemos.

O Padre Arrupe foi um místico de olhos abertos e um profeta comprometido; duas coisas que a Cúria Romana daquele tempo não valorizava.
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