Moro contra Lula: Un caso de psicología clínica y de cristianismo (M. R. Losada).

Con Moro contra Lula ha vuelto a triunfar el poder absoluto de los oligarcas, que se han apoderado nuevamente de Brasil de un modo “legalista”, injusto y anti-humano, al servicio de la oligarquía del petroleo, de unos medios de comunicación-dominación y de la tierra, mientras el pueblo sigue bajo el hambre y la ignorancia teledirigida.

Éste es el diagnóstico que ofrece a continuación M. R. Losada, psicólogo clínico, analista cultural, experto en S. Freud y en la dinámica de ocultamente, mentira y violencia económica que triunfa en una sociedad marcada por el signo del gran macho dominante, que mantiene sometida a la manada com métodos muy simples de opresión económica y social (en el fondo sexual).

No hace falta apelar a valores de transparencia amorosa y de ayuda al hambrientos que proclamaba Jesucristo, ni siquiera a los principios de la verdad que defendía Sócrates, ambos condenados por la oligarquía de las dos ciudades más significativas de occidente: Jerusalén bajo los 71 votantes del Gran Sanedrín (que condeno “democráticamente” a Jesús), Atenas bajo los 30 tiranos representantes del poder puro (también “democrático”), que no toleraba que el simple pueblo de Atenas pudiera pensar por sí mismo.

En este caso basta un simple manual de psicología de Freud, con sus reflexiones sobre la naturaleza represora de una cultura del poder en estado puro, como es la de cierto Brasil, que no ha logrado (no ha querido) superar una ideología de esclavitud (¡un gran pueblo hecho de esclavos al servicio de unos facendeiros) y de sometimiento de las masas. Desde aquí se entiende el “pecado” real de Lula, que ha tenido equivocaciones (sin duda), pero que ha querido lograr para Brasil dos cosas, y en parte las estaba logrando:

1. Que todos los brasileños coman (como quería Jesús de Nazaret). Su programa de “hambre cero” seguirá siendo un ejemplo político-social para el futuro. Pero los nuevos y eternos oligarcas de Petrobras y O Globo no quieren que el pueblo coma, sino que su sistema triunfe. Por eso apelan a Moro.


2. Que todos los brasileños piensen, que puedan estudiar y razonar libremente (como quería Sócrates en Atenas). Pero a la nueva y eterna oligarquía de Petrobras y O Globo no le interesa el pensamiento ni la libertad, sino el triunfo de su ideología al servicio del poder, que es el dinero.

Así argumenta M. R. Losada, gran profesor de psicología profunda de las Universdidades de Rio y Recige, con más de cuarenta años de experiencia, analizando día a día, en su diván clínico, a todo tipo de personas de Brasil. A quien se debe analizar es a Brasil… como ha querido hacer Moro, el juez estrella (¡que se dice gran cristiano!), que utiliza un tipo de ley (que en su nivel es buena) para impedir el pensamiento del pueblo de Atenas y de la multitud de Jerusalén, que es hoy el nuevo Brasil, que quiere pan y estudio (pensamiento) para todos.

Ciertamente, en el juicio de Moro contra Lula (que es un tipo de Brasil contra el Brasil más hondo de aquellos que quieren simplemente comer y estudiar) hay elementos legales. Parece evidente que Lula ha tenido “errores”, pero su revolución ha sido y seguirá siendo (así lo deseamos muchos) una de las más limpias del mundo moderno. Pero sus “errores” han estado al servicio del pan y de la cultura del conjunto de los brasileños.

Ahora que Lula está en la cárcel y que los tiranos (en el sentido clásico del término, bien analizado por Aristóteles) siguen triunfando en Brasil es tiempo de pensar y de esperar, pues la semilla del pan y del conocimiento ha sido sembrada, como hace M. R. Losada, cuyo trabajo he querido ofrecer en mi blog.

Ciertamente, hay más elementos en esta gran “tragedia” de Brasil. Pero entre ellos destaca el “juego y lucha/oposición” de cristianismos, el de Lula y el de Moro. Uno quiere que todos coman y piensen. Otro quiere que se cumpla un tipo parcial de justicia, aunque tenga que perecer el mundo entero (fiat iustitia et pereat mundus) como decía el gran adagio invertido del Derecho Romano.

Gracias Losada, muito obrigado, una vez más por tu sabiduría y por tu aportación a mi blog. Perdonen los lectores que deje en brasileño el texto. Para conocer la identidad de Sérgio Fernando Moro, el juez estrella que há dirigido el proceso contra Lula (com otros processos sin duda más justos) pueden acudir a google.
Imagen 1: Lula, rodeado de su pueblo, antes de ser llevado a la cárcel.
Imagen 2: Moro, el juez estrella.


CONDENAR É FÁCIL... (Manuel R. Losada)

Condenar é fácil. Sempre foi. Na Grécia antiga, Sócrates foi condenado democraticamente. Qual era seu crime? “Corrompia” a juventude, vale dizer. ensinava os jovens a pensar, a ter consciência crítica, a pensar com a própria cabeça, não com a cabeça dos outros. Os “coxinhas” da época reagiram e obrigaram Sócrates a beber “a cicuta”. Foi uma morte “democraticamente” produzida, conforme o figurino da lei ateniense. Porque condenar é fácil...
Um pouco mais tarde, na cultura judaica, no que hoje denominamos era cristã, a condenação de Jesus foi muito fácil. Muito, muito fácil. Numa questão de horas, os “coxinhas” da época (civis e religiosos) penduraram o profeta no madeiro da cruz. Humanamente, o processo de Jesus é uma vergonha, não resiste a um mínimo de racionalidade.

A prisão de Lula também foi fácil, porque condenar é fácil, sempre foi e será. É só ter um Moro na frente, mesmo que se diga beber água benta e rezar muitos rosários diariamente. Os sumos pontífices que condenaram Jesus também se diziam grandes rezadores

Não estou querendo nivelar Sócrates, Jesus Cristo e Lula. São muito diferentes, porém num ponto são iguais: foram considerados “perigosos”. O clima emocional que condenou Sócrates na Grécia, Jesus em Jerusalém e Lula em Curitiba é o mesmo. E quando as emoções falam mais alto que a razão, acontece o imprevisível, pode acontecer a prisão e a morte. Ou a guerra de todos contra todos.

Hoje, no Brasil vivemos um clima emocional muito ruim. Vivemos num regime ilegítimo, de exceção. O presidente que governa o país não foi eleito pelo povo e parece estar envolto em lama. A ferida do impeachment não foi, nem será curada. Os partidos se digladiam, inexiste o bom senso, predomina o emocional.

Em todos os níveis, a corrupção é generalizada, a começar pelo econômico. Se for feita uma comparação entre o ganho das elites e o salário mínimo do povão, a distância é tamanha que chega a ser vergonhosa. Neste sentido, a época da escravidão não chegou ao fim.

No campo da justiça, o professor de direito constitucional da USP Conrado Hubner afirma que o STF “passou de poder moderador a poder tensionador” . Ele é uma pessoa autorizada para falar isto, porém todos vemos o comportamento dos senhores magistrados, Gilmar Mendes, Carmen Lúcia, Rosa Weber, etc....Um espetáculo muito, muito triste. Pessoalmente eu penso que o STF é absolutamente necessário para o funcionamento da democracia, porém quando deixa a toga e assume a bandeira política...

Por ofício, estou acostumado a prestar atenção para os detalhes, os atos falhos, os equívocos, a troca de palavras, etc. Relato alguns que despertaram minha atenção nos últimos dias, na condenação de Lula.

Um deles refere-se ao comportamento do senhor Moro, divinizado pelos “coxinhas”, enquanto Lula é demonizado. Antes da sessão do Supremo que levou Lula para a cadeia, o ilustre Moro fez a seguinte declaração: “eu já tenho preparado para o Lula um espaço especial, um quarto de quinze metros quadrados, de modo que ninguém poderá fazer mal ao ex-presidente, afinal ele em algum momento exerceu o cargo de presidente da República e isto será respeitado. Não terá algemas, nem tornozeleira, nada que possa ferir sua dignidade”. A citação é mais ou menos esta, não é literal. Sucede que foi feita antes da condenação. Ou seja, ele já sabia o resultado antes da condenação. Esquece que sempre atuou assim, desde o início da LAVA JATO. O único objetivo era prender Lula, e neste ponto ele conseguiu. Porque condenar é fácil.

Outro detalhe refere-se à sede do PT, onde o Lula, simbolicamente quis encerrar sua carreira política. Em São Bernardo do Campo Lula começou como o sindicalista, como Luis Inácio da Silva, termina no mesmo lugar, agora como MITO. Lula não é mais Luis Inácio Lula da Silva, é um mito. Dizia, na despedida, “eu não sou uma pessoa, sou uma voz e vocês serão minha voz. É a voz do mito. Não é Sócrates, o filósofo grego, muito menos Jesus, o Salvador da humanidade, é Lula, o mito das esquerdas brasileiras. Esquerdas, que terão que se reinventar, sem dúvida, porém o Lula-Mito será sempre, para elas, a referência simbólica. Prenderam o ex-presidente, não poderão prender, nunca, o mito.

Lula cometeu erros, sim, fez algumas coisas que possivelmente não deveria fazer, recebeu benefícios que possivelmente não deveria receber. O povo não perdoa o fato de Lula ter mudado de classe social, de ter muito dinheiro, de entrar na Casa Grande.

Sabem qual é seu “grande crime”? Olhar, abraçar, beijar os pobres, promover os filhos de porteiro para que estudassem nos colégios dos ricos e assim pudessem subir na vida, viajar de avião, ter direito a três refeições por dia, ser sujeitos de direitos. Uma das coisas mais lindas da despedida na sede do PT em São Bernardo foi quando um jovem falou para LULA: este ano eu me formo doutor e foi graças a você, graças ao FIES. Depois passou um segundo, deu um abraço no Lula e falou graças a você, graças ao PROUNI. Isso o MORO e os “coxinhas” jamais entenderão.

Sim, o grande crime de Lula foi tentar “olhar” para os empobrecidos. A Casa Grande não perdoa, jamais entenderá que alguém pobre, da senzala, possa entrar no recinto sagrado dos privilegiados.

Aliás, nosso mundo globalizado virou para o lado dos ricos. Rodrigo Maia, presidente da Assembleia, na posse afirmou: no meu mandato, privilegiaremos os empresários. Aliás, quem manda no país e no mundo é o capital, a despeito de que os nossos governantes pensem que estão colocando o “Brasil nos trilhos”. Estão é vendendo as riquezas do país a preço de banana, por vinténs. Ou melhor, estão entregando literalmente o país. Possivelmente essa seja a maior corrupção. E, por causa disso, Lula precisaria voltar.
Conheço o que se falava do Brasil, no Velho Mundo, na época de Lula, conheço o que se fala agora nos mesmos lugares. E eu sou obrigado a calar e a baixar a cabeça.

Sem dúvida, o Moro, o STF têm culpa neste cartório, no fato da prisão de Lula. Entretanto, quando a história objetiva for escrita, um outro personagem virá à baila. Estou me referindo à comunicação, mais especificamente à GLOBO, que durante anos ganhou rios de dinheiro “demonizando” a vida deste operário, um homem genial, que deu certo e que, contrariamente aos presidentes anteriores, “olhou” para a senzala, para os pobres e sonhava com um Brasil para todos os brasileiros, não apenas para a Casa Grande.

Neste sentido, um detalhe que muito me agradou na “resistência” de São Bernardo, foi a visita de duas freiras velhinhas que queriam agradecer o Lula pelo que ele fez pelos pobres. É isso aí. Alguém se lembra de agradecer. Nesta grande turbulência pela qual o Brasil está passando é fácil condenar, o difícil é agradecer, é reconhecer o outro como diferente. Sobra ódio, falta agradecimento, falta abraço, falta beijo, como o líder sindical sabe fazer. Isso nenhuma prisão tira de Lula.

Tínhamos dado um passo a frente, agora estamos dando dois atrás: a prisão de Lula não é um fato de justiça, é um fato político. Aliás, a grande perdedora em tudo isso é a justiça, mesmo que Moro pense o contrário. É sintomática a brincadeira do José Simão no programa do Boechat: o Lula só tem um recurso, filiar-se ao PSDB.

Prender sem provas sempre foi fácil. Pode ser um fato de poder, não é um ato justo. A verdade terminará vencendo.
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