Três Reis Magos?

No dia dos Reis, 6/JAN, visitamos o Eremitério que fizeram, em Mar Grande, perto da nossa Casa de Retiros. De manhãzinha, por volta de 6h30, sob o sol já irradiante, saímos a pé, carregando nas mãos sacolas cheias de frutas e, ao mesmo tempo o nosso coração aberto às surpresas de Deus.
Beirando a praia, pisávamos na areia e nas pedras que as águas banhavam suavemente. Escalamos um paredão, um ajudando o outro. Depois da curva, avistamos sobre uma rocha a pequena Capela de S. Antônio, com uma parte do telhado caído e a parede amarelada pela história, pelo tempo...
Participamos fraternalmente da oração e do café da manhã. Éramos mais de 25 pessoas. O Ir. Henrique, 50 anos, perguntou aos presentes como dormiram, pois parece que chovera na noite e alguns dormiram no chão da nave destelhada da capela. A resposta foi uníssona: ótimo, muito bem... disseram. Os pobres se contentam com pouco.
Depois da oração e antes do café (café, leite, cuscús, panettone, banana...) João disse que a farmácia estava aberta. Tranquilamente 6 ou 7 pessoas, homens e mulheres se aproximaram para pegar seus remédios psiquiátricos. Foi o que me disseram sotovoce... Depois soube que João era belga e padre...
O local não tem água corrente, nem luz elétrica e o fogão é a lenha... Pobre como os pobres!
Nessa pequena capela e 350 anos atrás, o Pe. Antônio Vieira pregara solenemente, sobre o amor fraterno. Hoje, outros jesuítas, contemplávamos o amor e a oração dos pobres. Éramos três, e um deles negro, como o rei Balthasar...